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Contos audianos

Todos sabem que eu sou extremamente liberal, e isto é comprovado por estes testes que o facebook nos enfia guela abaixo. Todos sabemos como estes testes tem base científica, tanto que uma amiga pesquisadora da maior universidade Britânica, depois de uma longa pesquisa científica, confirmou a confiabilidade dos mesmos. E portanto o meu teste – que deu que eu era um liberal- é verdadeiro. Mas vamos a história. Como disse eu sou um liberal e certa vez estava eu namorando, eis que a moçoila resolveu colocar uma mini-saia, alias, uma micro, micro, micro saia. Eu com muito jeitinho lhe falei, afinal um liberal, progressista e de esquerda, tem de ser discreto, antes de mais nada. Já notaram que a Dilma não é nem um pouquinho liberal, progressista e de esquerda, pois se fosse não teria nem falado da mandioca, afinal todos sabemos que mandioca é um símbolo fálico e um liberal nunca iria fazer uma tese sobre as propriedades terapêuticas dentro do contexto kamasutriano no sertão do Piauí. É de direita. Eu pedi com jeitinho; na verdade eu tirei minha camisa e tampei aquela micro, micro, afinal não poderia nunca deixar que ela ficasse resfriada. Fui quase um médico de família, pois atuei preventivamente, como um bom liberal deve atuar. Outra vez, eu a esperava num restaurante no Maletta, a Cantina do Lucas, e ela vem toda prosa, mas com um problema sério: estava com um TOP, que, para quem não sabe, é aquela fitinha que cobre os seios femininos . O edifício Maletta, é o último reduto.

como liberal, não podia deixar aquilo passar. Assim arranquei o forro da mesa, só para não criar atrito com aquele povo reacionário. Outra vez ela me pediu para ir ver uma apresentação pública de uma amiga que iria fazer uma pole- dance, e eu, como um grande liberal que sou, adverti-a que o local era meio barra pesada, mas ela insistiu tanto, que depois de eu ajudá-la a escolher as roupas que iria vestir, senti nela um certo ar de desaprovação. Até hoje não entendi, pois era um terninho, que a deixou extremamente elegante. Fomos! Ela ficou entusiasmada e no meio da apresentação da dançarina, me disse candidamente que queria fazer pole dance e me perguntou o que eu achava. Ora, como bom liberal, eu fiquei em cima do muro e torcendo para a dançarina cair e quebrar alguns ossos. O que para meu desespero não aconteceu e já acabado o show e nos encaminhando para casa, ela me perguntou de novo. Eu, com a minha sinceridade liberal, progressista e de esquerda, respondi: -“Não acho uma boa ideia”. “Ah é! Não é uma boa ideia? Pois amanhã nós iremos na marcha das vadias!” Foi aí que pela primeira vez alterei minha voz. Pois afinal, liberal, progressista de esquerda, por vezes aumenta o tom de voz, e disse: – Aí já é vandalismo!!!

 

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