Quando falamos em satisfação sexual, surgem vários aspectos diferentes para homens e mulheres. Enquanto para o público masculino, o vínculo afetivo não é necessariamente essencial, para o feminino, essa característica pode ser a mais importante.
A psicóloga e sexóloga, Sônia Eustáquia, explica que as mulheres podem não se sentir satisfeitas apenas ao realizar o ato sexual. Para elas, carícias, gestos toques e olhares fazem parte da sensação de estar vinculado afetivamente com o parceiro. Tais condutas garantem a satisfação em sentido geral. “Não é comum a mulher fazer sexo pelo sexo, mesmo com toda a liberdade e empoderamento conquistados por ela. Quase sempre ela se envolve afetivamente para consentir o sexo”.
A especialista esclarece que o ato em si pode oferecer pouco para sentir-se realizada. A sensação de completude, geralmente, surge através das possibilidades dos vínculos. “Quando mantemos com a mesma pessoa uma relação permanente, pode acontecer a troca de confiança e uma sólida construção de segurança e felicidade. Tudo isso se transmite também durante o sexo, seja na forma de beijo, de abraço, de olhar e de contato físico. Porém, o fato de haver ou não afetividade entre ambos, de maneira alguma, irá impossibilitar a mulher de realizar seus desejos, mas, ao mesmo tempo, nesses casos, é comum perder o interesse mais cedo”, completou Sônia.
Sexo e bem-estar
A psicóloga destaca que todos esses pontos também estão ligados a sensação de bem-estar e felicidade de maneira geral na vida de um indivíduo, seja do sexo feminino ou masculino. A necessidade de estabelecer bons vínculos afetivos é inerente à condição humana assim como a capacidade sexual.
Dessa forma, para os seres humanos, a prática constante de sexo com alguém que se tenha vínculo afetivo está diretamente ligada a satisfação na vida. “A associação entre sexo e felicidade no sentido geral é bastante dependente de gestos de carinho, antes, durante e depois da relação. A frequência sexual em si não determina a satisfação plena, entretanto, apoia o fato de que o afeto na hora do sexo seja a chave para o prazer em sua plenitude”, garantiu Eustáquia.
A sexóloga esclarece que durante o ato sexual em que há afetividade, alguns neurotransmissores são ativados e os mesmos estão associados ao desenvolvimento entre as pessoas. “Por esse motivo, a sensação de bem-estar após a relação é ainda mais comum nesses casos”, garantiu.
Vínculos afetivos tornam o relacionamento duradouro?
Para a especialista, os relacionamentos duradouros estão associados ao desenvolvimento de relações com bons vínculos. Nesses casos, o diálogo torna-se mais fácil e, consequentemente, melhora o entendimento do casal. “Crescem também os níveis de consideração e empatia. Para manter os vínculos, é necessário manter o companheirismo, a liberdade e individualidade”, comentou Fonseca.
Ao mesmo tempo, quando o indivíduo que possui a característica de vincular-se facilmente entrar num relacionamento com alguém que seja o oposto, a chance de haver desentendimentos é muito maior. “É bastante comum para esse tipo de pessoa sedutora se envolver com outra que vincula-se facilmente. Por não preservar a sua conquista ou não se importar com ela, coloca em sofrimento a pessoa em questão”, alertou a psicóloga.
Fonte: Sônia Eustáquia da Fonseca, psicóloga clínica, psicanalista e sexóloga (www.soniaeustaquia.com.br).
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